segunda-feira, 23 de março de 2009

Afasta-te de mim...

Afasta-te de mim...
Deixa de me consumir energia, deixa de me desequilibrar, pára!
Não quero mais esse redemoinho de emoções, sensações e pessoas. Não quero os altos e os baixos, não quero as histórias e as loucuras ocas. Estou cansada. Estou tão cansada! Quero paz! Quero equilíbrio! Quero tranquilidade! Quero voltar a ter os pés no chão e a controlar o que penso, o que faço, o que sinto. Quero respirar fundo por prazer e não para obter algum alívio...
Afasta-te de mim...
Deixa de pôr a minha vida do avesso, deixa de me tirar o sentido, deixa-me!
Já não quero as brincadeiras e os jogos, não quero fazer parte da equipa, não quero este camarote. És um vício que me está a sair demasiado caro. Não posso pôr em causa a minha estabilidade. Não posso! É a única coisa que tenho ao fim do dia... Já que não te posso ter a ti.
Afasta-te de mim...
Por favor...
Porque eu não consigo deixar-te...
18.03.2009

sexta-feira, 6 de março de 2009

Põe-me um sorriso nos lábios...

Tenho vários tipos de sorriso. Todos nós temos. Tenho sorrisos meigos, provocadores, felizes, forçados, conforme a situação e o receptor do sorriso. E depois tenho o teu sorriso. Aquele que é só para ti e que só tu sabes conquistar. Meio doce, mas com um travo de pimenta. Meio inocente, mas com uma ponta de culpa. Franco, mas misterioso.Sobretudo cúmplice. Sobretudo único. Sobretudo teu.
Este sorriso é voluntarioso e incontrolável. Submete o meu rosto à sua vontade, sempre que lhe apetece dar um ar da sua graça. Força estes lábios teus a mostrarem que estás aqui, comigo, o teu rosto, a tua voz, o teu poder. Não sei como conseguiste mas apoderaste-te deste meu sorriso. Ele mora em mim mas é a ti que obedece, é a ti que reage, só a ti.
Isto não seria grave, se não me tivesse viciado neste sorriso. Sempre tive uma queda para a rebeldia, confesso, e este sorriso é rebelde! E domina-me. E revela-me. Mas diz-te tudo o que não consigo dizer em palavras. É dominado por ti, mas é a minha essência que espelha. Esta essência, esta mulher que só se assume neste sorriso para ti e contigo. E sou doce e apimentada. Inocente e culpada. Franca e misteriosa.
Tenho saudades desta mulher. Por isso, peço-te, põe-me um sorriso nos lábios...

quarta-feira, 4 de março de 2009

Regresso ao passado

Sinto uma angústia dentro de mim. Uma insatisfação. Parece-te que chega, mas não chega. Parece-te que está tudo bem, mas não está tudo bem. Também pensei que estivesse. Também pensei que chegasse. Pensei que já te tinha posto na prateleira dos assuntos arrumados e com final feliz. Mentira... Sempre soube que não eras um assunto arrumado. Sempre soube que iria chegar o dia em que a realidade se me revelaria numa imagem clara e nítida. Só não sabia como, nem porquê. E, por isso, era mais fácil considerar-te resolvido. Colocar-te numa prateleira, arrumar-te numa gaveta. O meu sexto sentido, esse velho amigo, dizia-me que era cedo para e arrumar. Que não encaixavas ainda em nenhuma prateleira ou gaveta. Mas como me considero extremamente prática, não podia ter-te ali, em suspenso. Assuntos suspensos são assuntos não resolvidos e eu não me podia dar ao luxo de não te ter resolvido. Já me tinhas consumido energia demais, tempo demais, pensamentos demais, choro demais.
Estávamos bem. A nossa relação evoluiu rápida e vertiginosamente para um outro patamar, um outro nível tão, ou mais, mágico e francamente superior. E o passado já estava arrumado... Ou não. Nunca o arrumei, meu querido. Nunca consegui, percebo agora. A culpa foi deste meu sexto sentido. Se ele não me tivesse dito que havia um sentido oculto no sentido da nossa relação, se não me tivesse dito que a magia que nos acontece só pode estar ligada à nossa relação passada, já eras mais um arquivo no armário. Mas ele disse. E eu, como sempre, escutei. Não conseguia ver bem porquê, mas sabia que esta coisa bonita e muito nossa era pouco daquilo que gostaríamos que fosse: simples, aberta, segura. Porque existe toda uma outra dimensão que a complica. Ficou algo indefinido por resolver que chutámos para canto sem sabermos muito bem o que lhe fazer.
Pois bem, meu querido, o círculo falsamente fechado, voltou a abrir-se. Voltaste a entrar na área reservada de onde, agora sei, nunca saiste. Qual é o dano que isso nos vai fazer? Não sei. Qual é o lugar que vais ocupar agora? Também não sei. Talvez te estejas a mexer em direcção à saída e esse teu movimento me tenha baralhado. Talvez o fogo esteja a dar o último suspiro antes de se extinguir. Não sei. Não sei mesmo. Só sei que o passado regressou. E que há, ainda, uma parte de ti onde quero chegar...