tag:blogger.com,1999:blog-25929473755810219842024-02-20T03:14:46.378-08:00De Alma DespidaSissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.comBlogger27125tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-26680849457516409852010-08-25T07:41:00.000-07:002010-08-25T07:53:36.804-07:00Muro<div align="justify">É uma sensação estranha. Como que acordarmos do lado de cá de um muro alto, sem porta, sem retorno, indestrutível, sabendo que nunca mais voltaremos ao lado de lá. E tu ficaste no lado de lá. E eu não sei o que fazer com isso. Sei o que se quebrou. Sei o que morreu. Sei o que me adormeceu. Sei que a sensação de perda ao acordar é imensa, misturada com a frustração de agora te saber irreal. O tu que eu admirava, pelo menos. Deixaste morrer a magia de uma forma tão cruel que me pergunto se a vias como eu. Sei que a vias, porque o teu egoísmo levou-te a fechá-la numa redoma, intocável, imutável, sem lhe dar capacidade de crescer, de se transformar. O teu medo de a perder atrofiou-a. E, atrofiada, morreu. Mas não a vias como eu. Mataste-nos. O que tanto querias preservar, morreu nas tuas mãos, a definhar de fome. De um alimento que lhe recusaste. E eu... acordei de um sonho. Lindo. Único. Acabado.</div><div align="justify">Não sei como vai ser agora. Só sei que ficou o vazio. Do lado de cá do muro.</div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-39487536984473097212010-03-29T08:59:00.000-07:002010-03-29T09:03:30.533-07:00Fazes-me falta...<div align="justify">Fazes-me falta...<br />Como a areia precisa da espuma do mar, fazes-me falta. Como a terra precisa da chuva para germinar, fazes-me falta. Sou metade sem ti. Um projecto cheio de excelentes potencialidades mas que precisa das mãos certas para o desenvolver. Preciso do teu toque, do teu estímulo, do teu poder. Preciso de ser pequena contigo. Preciso que me olhes e me dispas, uma a uma, todas as peças virtuais e reais que me protegem o corpo e a alma. E me vejas como nunca ninguém me viu, como só posso ser contigo. Essa mulher só existe para ti.<br />Onde andas? Fazes-me falta...<br />(22 Ago. 2008)</div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-38160470249137908422010-03-29T08:57:00.000-07:002010-03-29T08:59:15.974-07:00Estou à tua espera...<div align="justify">Estou à tua espera. </div><div align="justify">Posso viver cada dia intensamente, posso ter uma agenda social preenchida, posso até ser a mais alegre das criaturas. Mas estou à tua espera. Pareço livre, dona da minha vida, da minha vontade, de mim, mas não o sou. Estou à tua espera. </div><div align="justify">Não que não me divirta, que não ria, que não viva. Faço-o porque adoro viver. Faço-o porque gosto de mim e de pessoas. Faço-o porque quero chegar ao fim e ver um filme intenso e preenchido diante dos meus olhos. Mas guardo sempre o teu espaço. Está aqui, à espera que chegues e reclames o que sempre foi teu. À espera que me inundes e me dês uma outra vida. Aquela que só começa quando chegares. Passam dias, semanas, meses, e eu sigo, a pincelar de cores vivas o quadro que me foi dado a pintar. Mas falta-me uma cor. A tua.Não estou completa.</div><div align="justify">Estou à tua espera...</div><div align="justify">(25 Ago. 2008)</div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-50115680385180795362010-03-29T08:53:00.000-07:002010-03-29T08:56:54.140-07:00Se me visses agora...<div align="justify"><span style="HEIGHT: 150%">Se me visses agora, saberias que sou tua. Estou fraca, sensível, vulnerável... Não conseguiria esconder que és meu dono, meu pai, meu filho, meu amante, meu amor... Meu senhor. Não conseguiria esconder que, por trás da mulher que se bate por ser livre, está uma outra ansiosa por se entregar, por se prender. Porque aceitar-te me traria uma liberdade maior: de gritar que te pertenço, que só faço sentido em ti e contigo.</span><span style="HEIGHT: 150%"><br /></span><span style="HEIGHT: 150%"><br />Se me visses agora, saberias que sou tua. Porque não estou a conseguir proteger-me do teu efeito, porque não estou a conseguir esconder-me dentro de mim. Toda eu estou na tua orbita, despida do que construí para te afastar de mim.</span><span style="HEIGHT: 150%"><br /><br />Se me visses agora, saberias que sou tua... Mas não vês. Não estás. Não conheces este meu eu que nem eu conheço e que me assalta e me domina quando menos preciso. Quando menos quero precisar. Não vês e não estás e eu fico aqui, à espera, a imaginar como seria se visses...</span><br />(10 Set. 2008)</div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-35093795357462999262009-09-17T02:39:00.000-07:002009-09-17T03:52:01.661-07:00Preciso chorar...<div align="justify">Ela está aqui. Não sei bem onde se esconde, o que a prende, mas está aqui. Aperta-me o coração e deixa-me como que sufocada. Não quer sair. Ou então, ainda não encontrou o caminho. Mas enquanto ela não sair, não fico bem. Ela exterioriza o que sinto e eu preciso que o que sinto se manifeste, se revele, que exploda. Que saia de alguma forma. Só assim me sentirei aliviada e poderei respirar fundo. Só assim poderei erguer a cabeça e seguir em frente. É como que lamber as feridas. É lavar a alma. E quando ela sai, há algo que se liberta e que escorre junto com ela, à medida que desliza em mim. Dor. Desilusão. Tristeza. E a certeza terrível de que, mais uma vez, não me souberam ler. Às vezes, acho que nem os mais próximos me vêem. Sem querer, construiram uma imagem de mim que, com o tempo, se desfocou.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Não sou tão fria quanto me percebem. Não sou tão dura ou tão forte. Não fico sempre bem com os tombos e tropeços. Só não manifesto tudo o que sinto. Só me defendo. Como poucos o conseguem fazer, reconheço. Sou muito protectora comigo mesma. Mas isso não quer dizer que não me encolha com os murros no estômago. Só quer dizer que sofro a dor escondida. Também reconheço que barricar-me cá dentro, impede que me vejam no todo. Mas eu fico sempre com a esperança vã de que me saibam perceber para lá do muro. Porque, se me olharem com olhos de ver, perceberão o que escondo. Dói da mesma forma. Ou ainda pior. E libertar uma lágrima é o único alívio que tenho. Ela sabe de tudo. Ela espelha tudo. Ela lava tudo.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Por isso, sai. Desce daí. Leva a minha fragilidade, a minha fraqueza, a minha mágoa. Leva e mostra ao mundo quem sou, como sofro, o que me fere. Mostra-me humana, afinal.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Deixa-te cair. Por favor! Eu preciso chorar...</div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-72689015825096669542009-07-27T09:18:00.000-07:002009-07-27T09:28:12.040-07:00Devaneio<div align="justify">Escreve...</div><div align="justify">Voa com as palavras e deixa a confusão, as dúvidas, as pedras do caminho.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Sonha...</div><div align="justify">Entra numa outra realidade e esquece a fealdade, a insegurança, a pequenez desta outra, das ruas, das pessoas.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Eleva-te ao que de mais alto e profundo e belo existe: os sentimentos e os seus pequenos e grandes e sinuosos meandros. Nesse mundo de inúmeras possibilidades, podes ser o agressor ou a vítima, o caçador ou a caça, o herói ou o vilão. Podes ser o que quiseres com quem quiseres. Só não esqueças que viver, nesse mundo, não se pode. É o único verbo que não se consegue conjugar. E, por isso, é no aqui, no chão, no descolorido real que te rodeia que terás que ver e que encontrar o que te fará feliz. É o maior desafio: descobrir as cores desbotadas que uma vez já viste com a mais intensa luminosidade...</div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-29225711188637551182009-04-21T03:32:00.000-07:002009-04-21T03:53:17.971-07:00Carta aberta ao meu pai<div style="text-align: justify;">Olá, pai.<br />Estou triste. Queria aquele colinho que só tu me sabes dar e não tenho. Queria chorar estas lágrimas no teu ombro e vejo-as cair, desamparadas, no meu colo vazio. Queria voltar aos tempos de inocência, em que o príncipe encantado ainda era uma possibilidade e as desilusões amorosas demoravam um dia a superar, e não posso voltar a ser essa tua menina. Onde anda o meu amor igual ao teu? Onde está o homem que te fará ceder-me a custo? Estou carente! Preciso de amor! E até o teu está tão longe agora...<br /><br />Não sei se te culpe por ser tão exigente... Talvez se não me tivesses dado tanto, tudo se tornasse mais simples. Eu não saberia o que seria essa ligação especial que tem pouco deste mundo, que nos completa e nos obriga a assumir que somos um outro um no outro. Talvez se não me tivesses mostrado a quinta dimensão do amor eu não perseguisse uma quimera. Estou tão cansada desta procura pai! Dos enganos e desenganos, dos falsos príncipes e dos falsos sapos! Quero paz! Quero abrigo! Quero pousar a cabeça e chorar o que perdi, o que não tive, o que não vivi. Quero a esperança do teu colo, a força do teu abraço, o sentido que a vida faz quando estou contigo e me dizes sem dizer que o caminho ainda esconde muitas promessas. És um guerreiro e um optimista. Sei que só me deixarias chorar o tempo suficiente para exorcizar dores. E depois... Empurravas-me de novo para a estrada. Não me deixes desistir! Não me deixes fraquejar! Não me deixes perder esta capacidade de te trazer para mim quando preciso de parar e respirar fundo. Sobretudo, não me deixes! Nunca! Não sei o que faria sem ti...<br /><br />(23 Março 2009)<br /></div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-56342220101763247432009-03-23T11:37:00.000-07:002009-03-23T11:47:03.559-07:00Afasta-te de mim...<div align="justify">Afasta-te de mim...</div><div align="justify">Deixa de me consumir energia, deixa de me desequilibrar, pára!</div><div align="justify">Não quero mais esse redemoinho de emoções, sensações e pessoas. Não quero os altos e os baixos, não quero as histórias e as loucuras ocas. Estou cansada. Estou tão cansada! Quero paz! Quero equilíbrio! Quero tranquilidade! Quero voltar a ter os pés no chão e a controlar o que penso, o que faço, o que sinto. Quero respirar fundo por prazer e não para obter algum alívio...</div><div align="justify">Afasta-te de mim...</div><div align="justify">Deixa de pôr a minha vida do avesso, deixa de me tirar o sentido, deixa-me!</div><div align="justify">Já não quero as brincadeiras e os jogos, não quero fazer parte da equipa, não quero este camarote. És um vício que me está a sair demasiado caro. Não posso pôr em causa a minha estabilidade. Não posso! É a única coisa que tenho ao fim do dia... Já que não te posso ter a ti.</div><div align="justify">Afasta-te de mim...</div><div align="justify">Por favor...</div><div align="justify">Porque eu não consigo deixar-te...</div><div align="justify"></div><div align="justify">18.03.2009</div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-52410937835328134102009-03-06T04:19:00.000-08:002009-03-06T04:30:17.443-08:00Põe-me um sorriso nos lábios...<div align="justify">Tenho vários tipos de sorriso. Todos nós temos. Tenho sorrisos meigos, provocadores, felizes, forçados, conforme a situação e o receptor do sorriso. E depois tenho o teu sorriso. Aquele que é só para ti e que só tu sabes conquistar. Meio doce, mas com um travo de pimenta. Meio inocente, mas com uma ponta de culpa. Franco, mas misterioso.Sobretudo cúmplice. Sobretudo único. Sobretudo teu.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Este sorriso é voluntarioso e incontrolável. Submete o meu rosto à sua vontade, sempre que lhe apetece dar um ar da sua graça. Força estes lábios teus a mostrarem que estás aqui, comigo, o teu rosto, a tua voz, o teu poder. Não sei como conseguiste mas apoderaste-te deste meu sorriso. Ele mora em mim mas é a ti que obedece, é a ti que reage, só a ti.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Isto não seria grave, se não me tivesse viciado neste sorriso. Sempre tive uma queda para a rebeldia, confesso, e este sorriso é rebelde! E domina-me. E revela-me. Mas diz-te tudo o que não consigo dizer em palavras. É dominado por ti, mas é a minha essência que espelha. Esta essência, esta mulher que só se assume neste sorriso para ti e contigo. E sou doce e apimentada. Inocente e culpada. Franca e misteriosa.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Tenho saudades desta mulher. Por isso, peço-te, põe-me um sorriso nos lábios...</div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-72230607897896332202009-03-04T08:28:00.000-08:002009-03-04T08:53:49.877-08:00Regresso ao passado<div align="justify">Sinto uma angústia dentro de mim. Uma insatisfação. Parece-te que chega, mas não chega. Parece-te que está tudo bem, mas não está tudo bem. Também pensei que estivesse. Também pensei que chegasse. Pensei que já te tinha posto na prateleira dos assuntos arrumados e com final feliz. Mentira... Sempre soube que não eras um assunto arrumado. Sempre soube que iria chegar o dia em que a realidade se me revelaria numa imagem clara e nítida. Só não sabia como, nem porquê. E, por isso, era mais fácil considerar-te resolvido. Colocar-te numa prateleira, arrumar-te numa gaveta. O meu sexto sentido, esse velho amigo, dizia-me que era cedo para e arrumar. Que não encaixavas ainda em nenhuma prateleira ou gaveta. Mas como me considero extremamente prática, não podia ter-te ali, em suspenso. Assuntos suspensos são assuntos não resolvidos e eu não me podia dar ao luxo de não te ter resolvido. Já me tinhas consumido energia demais, tempo demais, pensamentos demais, choro demais.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Estávamos bem. A nossa relação evoluiu rápida e vertiginosamente para um outro patamar, um outro nível tão, ou mais, mágico e francamente superior. E o passado já estava arrumado... Ou não. Nunca o arrumei, meu querido. Nunca consegui, percebo agora. A culpa foi deste meu sexto sentido. Se ele não me tivesse dito que havia um sentido oculto no sentido da nossa relação, se não me tivesse dito que a magia que nos acontece só pode estar ligada à nossa relação passada, já eras mais um arquivo no armário. Mas ele disse. E eu, como sempre, escutei. Não conseguia ver bem porquê, mas sabia que esta coisa bonita e muito nossa era pouco daquilo que gostaríamos que fosse: simples, aberta, segura. Porque existe toda uma outra dimensão que a complica. Ficou algo indefinido por resolver que chutámos para canto sem sabermos muito bem o que lhe fazer. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Pois bem, meu querido, o círculo falsamente fechado, voltou a abrir-se. Voltaste a entrar na área reservada de onde, agora sei, nunca saiste. Qual é o dano que isso nos vai fazer? Não sei. Qual é o lugar que vais ocupar agora? Também não sei. Talvez te estejas a mexer em direcção à saída e esse teu movimento me tenha baralhado. Talvez o fogo esteja a dar o último suspiro antes de se extinguir. Não sei. Não sei mesmo. Só sei que o passado regressou. E que há, ainda, uma parte de ti onde quero chegar...</div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-89915615675464546662009-02-09T04:00:00.000-08:002009-02-09T04:15:39.519-08:00Tenho um segredo<div align="justify">Tenho um segredo.</div><div align="justify">Aqui dentro, bem guardado. Um segredo só meu.</div><div align="justify">E este segredo enche-me os dias e a alma de sorrisos involuntários e olhares perdidos. Este segredo faz-me rir e chorar com a mesma intensidade de um raio de sol no seu pico mais alto, em pleno Verão. Faz-me sentir. Faz-me partilhar. Faz-me participar num mundo cheio de cumplicidades e entendimentos, de complementaridades e afectos. Sinto-me inteira, completa. Um estranho sentimento de pertença e de familiaridade surpreendente. Como se tivesse nascido para me sentir assim, para estar assim... contigo. Como se estivessemos a cumprir a vontade do universo e, por isso, a sensação de que tudo está como deve estar, como era suposto estar, como o mundo conspirou para estar.</div><div align="justify">Tenho um segredo. E uma missão. Um plano que tenho de cumprir e que dá razão ao meu segredo. Não sei qual é o plano. Não sei qual é a missão. Mas o segredo...</div><div align="justify">Tu...</div><div align="justify">Tu és o meu segredo.</div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-55732099055643492802009-02-02T09:24:00.000-08:002009-02-02T09:46:34.014-08:00Procuro-te<div align="justify">Onde estás?</div><div align="justify">Vejo o tempo escapar-se por entre os dedos. Tempo vazio, tempo sem ti. Não é sempre. Mas quando páro e abro as mãos à minha frente, vejo o tempo a fugir sem me mostrar onde estás. Se ao menos ele me dissesse que a seu tempo te mostraria... Não estaria tão ansiosa por saber onde estás. É a incerteza que me vai corroendo. A incerteza de não saber se te vou ver, se te vou encontrar. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Procuro-te. Não é do conhecimento geral, mas também não é segredo. Não estou desesperada mas também não tenho todo o tempo do mundo. Não que ache que poderá chegar o momento em que será tarde demais. Não. As coisas acontecem quando têm de acontecer. Nem antes nem depois. Mas quero aquilo que podes ser para mim e em mim. Conheço-te. Sei como és e o que fazes. E isso faz-me desejar encontrar-te finalmente. Pendurar as luvas, deixar os jogos e as disputas de duplos, intensos, mas efémeros sentidos, e ficar em paz contigo. E ter aquela sensação de pertença que nos dá outro sentido, que nos mostra toda uma outra dimensão.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Sim, sei jogar. Sei brincar com as palavras e com os sentimentos. Aprendi muito sobre o ser humano assim. Sobre homens e mulheres. Mas tu sempre foste o objectivo. O meu objectivo. Porque percebi que no meio do jogo das insinuações e das verdades não ditas, no meio do faz de conta que pode, ou não, ser de conta, por trás das mentiras explícitas e implícitas e das verdades camufladas em mentiras, todos procuramos o mesmo: o teu arrebatamento, o teu sentido. O jogo é temporário. Apenas preenche o espaço vazio guardado para ti. Mas esfuma-se porque não és tu. E este espaço é feito à tua medida.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Onde estás tu?</div><div align="justify">Procuro-te...</div><div align="justify">Procuro-te e não te encontro.</div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-13684658386441062462009-01-09T10:28:00.000-08:002009-01-09T10:46:36.264-08:00Tenho saudades<div align="justify">Vieste de mansinho... Deste-me uma conversa alegre, solta, desprendida. Fizeste-me rir. Devagar, fizeste-me dar. Nem sempre valorizaste o que te dava, o que te dizia. Ou eu pensava assim. E isso fazia-me içar os espinhos. E tu percebias. E brincavas. Percebi que não fazias por mal. Era a tua maneira de ser. Brincar. Mesmo a falar de coisas sérias. Brincavas para manter o bom humor. Por baixo do tom despreocupado, bem escondido, estava um homem bonito, atento, carinhoso. Também tinhas os teus espinhos. Mas esses, escondeste atrás da brincadeira, da descontracção. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Comecei a perceber-te tarde demais. Agora... Tenho saudades das nossas conversas parvas. De te escrever e rir só de pensar em qual seria a tua resposta. Nunca era a que eu estava à espera. Pegavas onde eu pensava que ias pegar, mas fazia-lo de forma completamente diferente. Esperava acutilância e deste-me humor. Esperava um jogo, tu deste-me outro. Também de duplos sentidos e significados. Mas muito menos agressivo do que estava habituada. Pensei-te fraco. Enganei-me. Era, simplesmente, um jogo diferente. Também alegre, solto, desprendido. Menos tenso mas mais promissor. Eu não sabia fazer esse jogo. Habituada ao mata ou morre, ao ter que ganhar <em>no matter what</em>, ao ferir para não ser ferida, esqueci-me que um jogo pode não ser uma guerra. Perdi. E agora...</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Tenho saudades. Dos comentários, das mensagens, das conversas. Da brincadeira e do jogo pelo jogo. Da Brasileira, onde nunca chegámos a estar juntos, e do Pessoa, que nunca nos viu por lá. De rir. E sabes que rir, para mim, é precioso...</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Tenho saudades.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-75090270870991282442008-12-30T01:40:00.000-08:002008-12-30T02:29:09.004-08:00Um ciclo que termina...<div align="justify">E pronto, chegámos ao fim do ano. Amanhã é o dia das despedidas e das boas-vindas, dos fechos e das aberturas, do fim e do principio. Fazem-se balanços, listam-se desejos, e esperamos que a esperança renasça nos primeiros segundos do novo ano, ao mesmo tempo que tudo de menos positivo ficou nos últimos segundos do velho. É extraordinária a capacidade da raça humana em se renovar de um segundo para o outro. Renovar vontades, ideias, crenças, desejos e esperanças. Assim. Com um simples estalar de dedos. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Era bom que fosse assim tão fácil, não era? Mas não é. Todos sabemos que os problemas, as dificuldades, os desafios, não desaparecem com o ano velho. Todos sabemos que o ano novo vem na continuidade do anterior, na mesma linha, na mesma lógica. O que não implica que não hajam rupturas. É um pouco como a famosa dicotomia dos grandes momentos históricos: ruptura? ou continuidade? Sempre tive alguma dificuldade em identificar só um ou só outro no percurso histórico. Para mim, qualquer mudança, histórica incluida, tem um quê de ruptura e um quê de continuidade. E é o que penso, também, em relação ao novo ano. Gosto, nesta altura, de fazer um balanço do que foi o ano a vários níveis. De verificar se tirei todas as ilações que tinha que tirar, se aprendi todas as lições que tinha que aprender. Se me entreguei como cada coisa e cada pessoa mereceu. Se dei de mais ou de menos. Se fiz o que me propus no início do ano que está no fim. É complicado sabê-lo, mas pelo menos tento. Esta é a parte da continuidade. Depois vem a da ruptura. O que quero dizer e não disse. O que quero viver e não vivi. O que quero fazer e não fiz. E transformo isso tudo numa lista de doze desejos em que os três principais acabam por ser os únicos que digo com alguma lógica na loucura das doze badaladas. Mas também são os mais importantes. E são quase sempre os mesmos. Já vos digo quais.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Tive um ano intenso. Estudei, trabalhei, viajei, amei, chorei, ri, tive surpresas agradáveis com algumas pessoas, descobri novos tesouros para juntar à minha riqueza. Não desfrutei da Primavera como gostaria. Nem do Verão. Não vi todos os passarinhos verdes que existiam para ver nem vivi todos os amores de Verão que poderia ter vivido. Mas acho que o problema está na minha lista dos doze desejos. Acabo sempre por deixar a minha vida sentimental para segundo plano. Será que a "cigana" tinha razão quando disse que a minha vida profissional iria ser sempre o centro da minha existência? Acho que vou rever a minha lista dos doze desejos...</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Costumo começar por pedir que a minha família (manos e pais) continue unida como até agora. Somos abençoados, acredito que já vos tinha dito isto. Depois, peço que a faculdade corra bem (lá está, a vida profissional a falar mais alto...). Em terceiro, peço que não me falte trabalho (tenho mesmo que mudar isto...). Depois penso nos manos, nos pais e deixo os 3 últimos do fim para mim. Não os vou partilhar convosco, para salvaguardar o pouco de intimidade que ainda guardo para mim. Mas, agora que escrevo isto, percebo que tenho que reorganizar a lista. Vou pensar nisso até amanhã. Enquanto isso, desejo-vos um 2009 quase perfeito. Porque a perfeição não existe. Porque seria o fim. Porque o depois seria monótono. E o quase tem sempre algo de desafiante que nos empurra para a frente. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Portanto, toca a escolher um traje elegante, roupa interior azul ou vermelha, a meter uma nota de 50 euros (ou mais, quanto mais alto melhor) no bolso e, ao chegar as doze badaladas, tenham os desejos na ponta da língua, a nota numa mão, as passas na outra, e subam para cima duma cadeira. Façam tudo o que as tradições dizem. Mal não pode fazer. E se o ano for difícil como dizem, o melhor é não facilitar. Mas não esqueçam do mais importante: ao passar a meia noite, tenham junto de vocês as pessoas com quem querem estar sempre durante o ano que começa. Eu faço isso. Dentro do possível, claro. E resulta.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Feliz 2009</div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-66682292733085549772008-12-23T04:13:00.000-08:002008-12-23T08:09:10.437-08:00Feliz Natal<div align="justify">Parei. E pus-me a olhar a cidade ao final do dia. Trânsito caótico, pessoas em correria, anoitecer. E luzes. Ruas enfeitadas de folclore de cores e formas. Umas mais bonitas, outras menos. Montras enfeitadas de tentações e vontades. Umas mais elegantes, outras menos. E o trânsito escorria pelas artérias da cidade, essas artérias brilhantes e mais, ou menos, bonitas. E as pessoas espalhavam-se pelos espaços, pelas ruas, pelas lojas, essas mais, ou menos, elegantes. Enquanto uns desapareciam nas esquinas, recantos e curvas, desejosos de fugir do reboliço e chegar a casa, outros entravam e saiam num frenesim de sacos, e pressas, e prendas e impaciências. Agora estarão todos a abanar com a cabeça e a pensar "foi nisso que se tornou o Natal". Terá sido mesmo? Pois eu consigo olhar e ver, ainda, alguns que passeiam descontraidamente a aproveitar a luz do final do dia, aquela magia do anoitecer que apela à tranquilidade. Consigo ver aqueles que, com as mãos nos bolsos, param e olham as montras, as ruas, as luzes, não com a loucura das listas numa mão e os sacos na outra, mas com o deleite de apreciar a beleza que existe neste cenário. Porque é possível ver beleza nas luzes brilhantes, nas ruas enfeitadas, no reboliço da cidade. É possível olhar este cenário e sorrir com a benevolência própria da época. É possível contrariar a correria e a falta de sentido.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Mas não se enganem, meus amigos. Aqui me confesso: eu também sou uma consumista nata! E daquelas em estado grave!!!! Mas procuro comprar cada presente para cada pessoa. E imaginar a cara da pessoa ao abrir o presente. E fazê-la sentir q o comprei mesmo para ela. Dar, para mim, é dos maiores prazeres que tenho nesta altura. Gosto de dar bom gosto, beleza, praticidade. Gosto de dar, simplesmente. Palavras ou coisas. Sim, porque ainda escrevo manualmente alguns postais para aqueles que são especiais e merecem ler a minha letra esquisita, escrita num postal tradicional, em vez do formato standard de qualquer <em>lettring</em> de um telemóvel ou computador. Gosto, sobretudo, de mostrar às pessoas que são importantes e que penso nelas. Não que não o faça durante o resto do ano. Mas se esta época é propícia para a dádiva, para a partilha, para o amor nas suas diversas faces, porque não fazê-lo de uma forma especial? Afinal, aquela noite, há muito tempo atrás, marcou a história do Homem. Dá lições de vida a quem acredita e a quem não acredita. E transformou, radicalmente, a forma de olharmos os outros.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Então, vamos lá aceitar o desafio de correr aquelas ruas apinhadas de gente, de entrar e sair das lojas, de construir um equilíbrio precário entre os sacos e a mala que carregamos quase como mulas de carga. Mas embora lá fazer isso com o espírito certo. É que faz toda a diferença. A diferença do brilho nos olhos. E o sorriso.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify">Feliz Natal</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-84015601001580840292008-12-12T10:30:00.000-08:002008-12-15T10:55:04.487-08:00És o meu amor eterno<div align="justify">A saudade é daqueles sentimentos agridoces que nos traz os momentos em que fomos felizes, ou as pessoas com quem fomos felizes, numa combinação de alegria e tristeza. Alegria porque revivemos o que sentimos e percebemos que tivemos o privilégio de viver grandes momentos. Tristeza porque, por qualquer motivo, alheio à nossa vontade, não se podem repetir, pelo menos no presente.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Hoje estou agridoce. Estou alegre e estou triste. Encontro-me encerrada entre a lágrima que sente a tua falta e o sorriso que te traz até mim de tão longe. Sempre tivemos uma relação especial. Não fomos grandes companheiros mas fomos grandes amigos. Não fomos grandes confidentes mas fomos grandes suportes um do outro. Nunca precisaste saber o que eu andava a fazer e com quem andava a fazer, nunca precisaste saber o que se passava comigo. Tal como eu em relação a ti. Porque sabias que, se eu precisasse, ia ter contigo. Porque eu sabia que estarias sempre lá, sem o teres de repetir todos os dias, sem teres que estar sempre presente. Acredito que seja complexo conceber este amor. Este amor que, a nós, só nos dá liberdade. Não prende, não exige, não cobra. Quando quero o teu colo, tenho-o. Quando queres o meu mimo, está sempre aqui para ti. Sem momentos de angústia em que nos assaltam as perguntas mais inseguras do tipo "Será que devia ligar?", "Será que devia dizer?", "Será que devia perguntar?", "O que andará a fazer?". Confiança plena e total no sentimento que sempre nos uniu. É isso que sentimos. E, por isso, tu podes ir para a outra parte do globo e eu posso embrenhar-me em mil e uma aventuras. Porque mesmo longe, sabemos que, se o outro precisar, saberá encontrar-nos. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Mas esta liberdade não consegue colmatar os momentos em que te preciso. Não me entendas mal. Adoro esta nossa forma de estar, esta nossa forma de amar, esta nossa relação muito mais forte que qualquer noção de espaço e de tempo. Mas gosto deste tesouro que temos, exatamente porque, até a saudade é livre. Podemos senti-la quando quisermos sem nos preocuparmos com questões como a possessividade, a dependência, a exigência. A nossa saudade tem pouco disso. Mas tem muito de amor, de segurança, de partilha.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Hoje tenho-te saudades. E procuro-te. E encontro-te. E tu dás-me o mimo que só tu podes dar, dizes-me a palavra que só tu podes dizer, dás-me esse colo que só tu tens. Porque é das coisas que mais gosto de fazer quando estamos juntos: sentar-me no teu colo, abraçar-te e receber os teus beijos, os teus mimos. Voltar a ser pequenina. É como que uma viagem no tempo... E os momentos que fizeram o passado, voltam a escrever o presente.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Hoje não me podes dar colo mas anseio por te ouvir ao telefone. Sei que me vais perguntar se tive saudades e se quero miminhos. E eu vou rir e vou dizer que quero muitos e que te amo muito. E tu vais-me dizer que também me amas, com aquela estranha forma de falar que os adultos usam para falar com as crianças. E volto a ser a tua menina. Sim, é verdade. Eu serei eternamente a tua menina. E tu... Tu és o meu único amor eterno.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Amo-te...</div><div align="justify"></div><div align="justify">...pai.</div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-38520135293218580022008-12-02T10:05:00.000-08:002008-12-02T10:55:38.862-08:00Lembrei-me de ti<div align="justify">Há dias em que o passado nos visita sem avisar. De repente, irrompe-nos pelo pensamento adentro e ocupa-nos a cabeça com situações, imagens, palavras e gestos que já tinhamos guardado na gaveta. Tu vieste num desses rompantes. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Lembrei-me de ti, de mim, de nós, naquele curto espaço de tempo em que estivemos juntos. Lembrei-me da paciência que tinhas para as minhas dúvidas. Lembrei-me da compreensão que demonstravas para todas as minhas crises. Lembrei-me do carinho com que sempre me mimavas. Mas, acima de tudo, lembrei-me do amor louco que fizemos. Foste o meu primeiro amante com pleno direito de merecer tal nome, mesmo tendo sido muito amada no passado. Porque me amaste e amaste o meu corpo como nunca deixei que ninguém o fizesse antes. Porque contigo não faziam sentido os preconceitos, os pudores, as barreiras. Porque contigo voei nos braços do prazer inesgotável tantas vezes que lhes perdi a conta.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Não te amei. E, ao não te amar, estabeleci, logo à partida, o fim da nossa relação. Ela só fez sentido num plano muito físico, muito carnal. E se fazia sentido!!! Mas uma relação a dois não sobrevive só com base no físico, mesmo que esse físico fosse belo. E o teu físico era lindo! Foste, talvez, o homem mais bonito que já tive, corporalmente falando. Mas faltava-nos o sentimento, aquele que faria girar o mundo, mesmo que ele fosse estático. Perdão. Faltava-me a mim. Perdão, mais uma vez. Não me faltava. Tinha-o até demais. Só que não era teu. E, por isso, foi intenso mas acabou rápido. E até na hora do adeus foste surpreendente. Deixaste-me ir, sabendo que não te pertencia, portanto fitas não faziam sentido. Foste homem de uma nobreza notável quando não se espera muito de maturidade em alguém da tua idade. E isso fez com que te recorde sempre com um carinho muito grande e um sorriso nos lábios.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Mas porque é que te recordei agora? Não, não foi porque preciso de ser tocada da forma que me tocaste. Se bem que precise. Não foi porque quero ser tratada da forma que me trataste. Se bem que queira. Tão pouco foi por me sentir culpada pelo desfecho da nossa história. E não sinto mesmo. Separámo-nos sem dores, sem mágoas. Recordei-te agora porque, no meio dos meus momentos de carência, de solidão, de dúvida sobre se alguém, alguma vez, me terá querido de uma forma despretensiosa e bonita, me terá querido só por mim e por aquilo que eu sou, apareceste tu. E percebi que não posso ser injusta com o universo. Não posso sentir-me incompreendida e sem sorte nos afectos. Porque já te tive.</div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-74695000148588553202008-11-24T05:44:00.000-08:002008-11-24T06:30:03.189-08:00Um dia, escreverei...<div align="justify">Um dia, escreverei sobre mim para contar o que me fizeste sentir, o que me deste, como era eu contigo. No dia seguinte, escreverei sobre ti, sobre a força que tinhas, sobre o que eras e o que significaste para mim. No terceiro dia, escreverei sobre nós e falarei sobre os nossos sorrisos e lágrimas, as nossas partilhas e segredos, a nossa cumplicidade. Depois... Depois calarei tudo isso no mais fundo de mim, fecharei a gaveta do armário, trancarei a porta do arquivo, e arrumar-te-ei lá, no passado. Será o fim de um capítulo. O fim de uma história.</div><div align="justify"></div><div align="justify">O que partilhámos foi mágico. Uma empatia que só alguns, privilegiados, conseguem vivenciar. Tu leste-me e eu li-te e lemo-nos os dois como quem percebe de criptologia e de segredos ocultos por trás das palavras mais banais, dos gestos mais banais, dos silêncios aparentemente iguais. Vivemos o que tivemos que viver. Sentimos o que tivemos que sentir. Foi único mas finito. Agora não sinto nada. Estou vazia porque te dei demais. Não te culpo. Recebi tanto quanto dei. Mas a nossa relação não era deste mundo. Por isso te deixei ir. Faz o teu caminho que eu farei o meu sabendo que estarás comigo como eu estarei contigo. E com outros seremos felizes. E com outros construiremos vida. Até chegar, finalmente, a nossa vez. Amanhã ou depois. Nesta vida ou numa outra. Não interessa. Somos um do outro muito para além da dualidade corpo/alma. Somos um do outro como entidades que sempre existiram e que sempre existirão ligadas. E essa certeza preencher-nos-á em todos os caminhos que percorreremos.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Um dia, escreverei. Escreverei a par daquilo que a memória me trouxer e o coração sentir. Escreverei com o sorriso nos lábios e as lágrimas retidas nos olhos que só as boas recordações conseguem produzir. Mas hoje não consigo. Hoje olho e não te vejo. Nem como foste, nem como ainda hás-de ser. E não me vejo a mim. E não nos vejo a nós. E não posso escrever sobre o que não vejo.</div><div align="justify">Mas um dia... Um dia, escreverei...</div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-87421420756828658062008-11-19T03:42:00.000-08:002008-11-19T04:15:45.682-08:00VolteiVoltei.<br /><br /><div align="justify">Não estive ausente por motivos de força maior. Ninguém me morreu, não tive mais trabalho do que o costume, nem fiquei sem internet. Estive doente, é um facto, mas nada que me impedisse a escrita. Foi uma daquelas constipações fulminantes, das muitas que andam por aí. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Estive ausente porque as palavras cansaram-me. Tenho alturas assim. Escrever exige tanto de nós que nos suga a energia. Pelo menos, a minha escrita é assim. Porque vivo cada palavra que escrevo, mesmo que já a tenha vivido antes. Há outras que não vivi mas que as sinto como se tivesse vivido. Porque, para mim, a escrita é um auto-retrato misturado com anseios, desejos, esperanças e medos, nossos e dos outros com quem partilhamos a vida. Acaba sempre por ser uma construção literária.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">O que quero dizer com isto é que nem sempre estou tão triste como os meus textos. Nem tão alegre. Se bem que a alegria não me dá para a escrita. Parece que é mais fácil e mais catártico escrever sobre tristeza, sobre desilusão, sobre mágoa. A escrita, para mim, é, sobretudo, catártica. Não, não gosto de chover no molhado, não me faço de vítima, tão pouco sou dada a práticas masoquistas. Só preciso escrever sobre o que me toca, me emociona, me abana, para poder reler e analisar. Deixando os sentimentos com as palavras, quando as volto a ler, consigo colocar-me do lado de fora e tentar encontrar soluções. Pronto, reconheço que nem sempre sou capaz. Não sou infalível. Muito menos ultra-racional, apesar da racionalidade ser dos meus traços mais marcantes. Mas quem me conhece bem sabe que, essa racionalidade, uso-a para contra-balançar o meu lado apaixonado, de emoções fortes. Tenho essa luta eterna de razão vs coração dentro de mim que me faz buscar sempre o equilíbrio. E a escrita é uma forma de o encontrar.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Mas cansa-me. Esvazia-me. Os sentimentos fazem-nos isso. Daí precisar de pausas. Foi o que fiz. E que voltarei a fazer sempre que a minha razão disser ao meu coração para lhe dar uns momentos de descanso. Depois volto. Porque um não vive sem o outro.</div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-80986137204895996452008-11-07T01:51:00.000-08:002008-11-07T01:53:25.846-08:00Ossos<div align="justify">“Nasce o dia. Agora o mar flutua sobre a terra, pois adquiri, de larva para borboleta, de borboleta para crisálida, de crisálida para homem, o poder de colocar o mar onde ele não existe. E o mar, no oceano, não existe nunca.<br /><br />Olho para ti e vejo o mar que me faltava. E se os meus olhos se alagam, já não é medo nem sequer receio, é apenas por amar o mar. Em ti nado, em ti penetro sem te tocar, de ti saio escorrendo ternura como se fosse esse o esperma da alma. E nada me consegue secar o coração, porque nele plantámos o poder de molhar até ao infinito.<br /><br />Mas não. Tu falas de andar a regar a planta, e isso só é fértil com água de dois. E eu sequei por falta de ti. Secaram-me as asas, caíram-me alguns membros, o terceiro ventrículo murchou. Estou humano, carente, triste, só.<br /><br />Vejo asas onde eu quero, mas pouco quero voar. Vejo gente que dorme, mas pouco sono me dá.<br /><br />A ti, dou-te tudo. Depois fico exausto, porque tudo é muito.<br /><br />Mas por mais que tente dosear o amor, menos que tudo a nada me sabe, mulher. É uma questão de tempero.<br /><br />Então, aqui me entrego. Estou quase morto, quase vivo.<br />Que quem quiser, escolha.”<br /><br />Manuel Cintra, Abril de 2006<br /><br />Porque o amor vivido no masculino sempre me fascinou...</div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-12514263312409901802008-11-05T10:19:00.000-08:002008-11-05T10:41:58.491-08:00Esquecida<div align="justify">Aqui estou, esquecida. Trocada por novos prazeres, novas piadas, novo sangue e sangue novo. Nova cama. Novo corpo e corpo novo. Não páro de me perguntar onde errei. O que foi que fiz? Dei de mais ou de menos? Mostrei quase tudo ou quase nada? Tenho a sensação frustrante de que não me conheceste e o sabor amargo na boca de que talvez não me tenha deixado ler. Sabes que, de tanta pancada que levamos, endurecemos a carapaça e aumentamos o grau de filtragem. Vedamos os buracos e barricamo-nos de todos os repetidos males e dores que já experienciámos e não queremos voltar a sentir. Só deixamos entrar quem queremos. Ou quem nos assalta e apanha desprevenidos. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Tu foste daqueles que decidi deixar entrar. Foste dos escolhidos racionalmente, calculisticamente, matematicamente. Brincámos ao gato e ao rato. Jogámos o inevitável jogo das palavras. E acabei por te ofuscar. Iluminei demais o meu lado <em>cool</em>, despreocupado, racional, masculino. Remeti para as sombras o frágil, o carente, o emotivo, o feminino. A mesma metade de mim que te conquistou com trocadilhos e quebra-cabeças, perdeu-te nos labirintos do desejo, do afecto, do amor. Nãõ conseguiste chegar ao lado de lá. E eu não consegui fazer-to chegar. Quando empurrei a porta emperrada, já tinhas voltado para trás. Foste rápido a desistir. Muito rápido. Demasiado. E, agora, consolo-me com o pensamento de que não terias merecido a minha abertura. Não terias merecido o meu outro lado. Se nem sequer te dispuseste a subir a montanha... Mas sabes que mais? O teu luto, que também deveria ter sido racional, não foi. Tu não entraste mas eu saí. Fiquei aqui. De pé. Sozinha. Perdemos os dois.</div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-37650619669875846082008-11-03T09:50:00.000-08:002008-11-03T14:28:01.162-08:00Idas e VoltasTrago-te aqui, bem perto.<br />Sempre protegido, sempre encoberto.<br />Guardado do que dói, do que fere, do que machuca.<br />E, no entanto, não pára a tua busca.<br />E espreitas, e sais, e foges de mim sem qualquer rasgo de remorso.<br />E vais.<br />E dás-te.<br />E, quando me apercebo, já voltaste.<br />Ferido, encolhido, escondes-te outra vez em mim.<br />E pedes-me que finja que não te vi.<br />Pedes-me que te proteja, que te feche, que te arrume aqui num canto para ninguém te ver.<br />Pedes-me para te esquecer.<br />Porque és orgulhoso e não queres que vejam as tuas feridas.<br />Porque a tua defesa é ignorar as dores escondidas.<br />Sofres, mas não queres que vejam.<br />Sangras, mas engoles o sangue do teu sangue, esse sangue que te dá cor, e vida, e alento.<br />Quando tudo o que querias era mais do mesmo, mais de ti. Num outro corpo, num outro recanto.<br />Ai, Amor, Amor, não sei se receie mais a hora em que não voltes ou a que voltarás para sempre...Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-52235247538676066312008-10-31T11:14:00.000-07:002008-10-31T11:17:03.103-07:00Hoje...Hoje, apetece-me fazer silêncio... Daquele silêncio bom, gostoso, de paz... Daquele silêncio de esperança, de tranquilidade... Graças a Deus, tenho dias assim...Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-10247546176803855532008-10-29T11:35:00.000-07:002008-10-29T11:43:51.393-07:00Nos 30...<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Não me lembro do dia em que nasci. </span></div><span style="font-family:trebuchet ms;"><div align="justify"><br />Não sei como estava o tempo, qual era o alinhamento dos astros, que bons ou mais augúreos me vaticinavam os deuses. Pouco vos posso falar sobre os meus primeiros anos, porque não me lembro deles. O pouco que aflora à minha memória, olhando para fotografias antigas, mostra-me uma criança normal e doce, um tanto ou quanto irrequieta. E uma mãe cuidadosa e meiga. </div><div align="justify"><br />Começo a lembrar-me melhor quando tinha quase quatro anos e me entra, casa a dentro, a minha mãe com um bebé nos braços. Que chatice! Ter que ajudar a tratar do puto, dividir coisas, espaços. Não foi uma adaptação fácil. Não dei pulos de alegria. A minha mãe, trabalhadora e dona de casa, contava comigo para a ajudar. A vida, ia-a tornando mais fria e foi assim que me ensinou a viver. Com coragem. Sem medo. Pronta para tudo. </div><div align="justify"><br />Na escola, sempre fui das melhores da turma, muitas vezes a melhor, digo-o sem falsa modéstia, e portava-me sempre bem. Nunca chumbei um ano, nunca tive uma negativa no final do período. As professoras gostavam muito de mim. Mas nos intervalos, era malandreca. Talvez até um bocadinho maria rapaz. Sempre tive mais facilidade em fazer amigos do que amigas. Nós, as mulheres, eramos demasiado complicadas para mim. Ainda somos, às vezes.<br />E assim cresci. Com dez anos, o puto que lá apareceu em casa já tinha seis, já ia para a escola, e eu já estava um bocadinho mais livre das obrigações em casa. Nova escola, novos amigos, novas malandrices. Muito joguei ao berlinde, muitas vezes lancei o pião (e não era nada má, deixem-me que vos diga), algumas vezes saltei ao elástico. Ainda um bocadinho maria rapaz. Novo irmão. Não! Vai começar tudo de novo! Mais um para cuidar, para partilhar espaços, coisas, atenções. Que chatice!!! </div><div align="justify"><br />Os anos passaram, os bons amigos ficaram, decisões foram tomadas. Chegada ao 12º ano, não fui para a faculdade. Fui trabalhar. Durante dois anos convivi com gente com necessidades diferentes, com vidas diferentes, com realidades diferentes. Cresci. Aprendi. Ao fim de dois anos, decidi que sentia falta do estudo. À revelia dos meus pais, candidatei-me à faculdade. Entrei. Um novo mundo. Novas vivências, novos amigos. Lisboa, a minha outra cidade. Foram dos melhores anos da minha vida. Mas, se soubesse o que sei hoje, tinha feito muito mais. Rido mais, brincado mais, estudado menos. Queria despachar aquilo rápido, queria trabalhar. E quando as circunstâncias da vida obrigaram o meu pai a tentar a sorte lá fora, em Angola, tornei-me ainda mais chata. Eu diria quase impossível de aturar. Sei que os meus colegas da faculdade passaram um mau bocado comigo. Mas foi como levarem-me um pedaço de mim. O meu pai, para mim, era tudo. Ainda é. A minha mãe precisou de mim mais do que nunca. Poderei dizer que, muitas vezes, fui o homem da casa. Custei a adaptar-me. Mas o meu pai voltou. A coisa não correu muito bem lá por Angola, é verdade, mas ele voltou. Para assumir a sua família e me pôr o sorriso nos olhos outra vez. </div><div align="justify"><br />Namorei, claro que sim. Faz parte, não é? Fui amada e amei, não necessariamente quem me amava. Tive ilusões e desilusões. Tive a tal relação séria. Ele era dedicado, paciente, amoroso. Mas não era o tal. Acabou. Numa altura em que toda a minha vida estava prestes a mudar. O meu pai decide sair novamente de Portugal e a minha mãe vai com ele. Desta vez iam tentar o Canadá. Estava no último ano da faculdade. Novo choque. Novas responsabilidades. Novo processo de adaptação a uma nova realidade. Se o meu irmão mais velho já tinha 18 anos, o mais novo tinha 12. A casa, eles, um mais que outro, seriam, agora, minha responsabilidade. Ninguém me pediu. Mas senti que era minha obrigação. Não poderia fazer de outra forma. Eram os meus pais, os meus irmãos, a minha família. Predispus-me para conhecer o tal puto de 12 anos que morava lá em casa. Passei a ser a sua encarregada de educação, a perceber o seu mundinho, as suas necessidades, as suas fragilidades. Queria que ele, tal como o outro, sentissem o menos possível a ausência dos meus pais. Acho que consegui. À custa de muita coisa, eu sei. À custa da saúde, à custa do amor, à custa de uma carreira profissional, que poderia ter arrancado. Ou não. Não sei. Também não interessa. Acredito que tudo o que aconteceu tinha que acontecer. Para me trazer até aqui. </div><div align="justify"><br />Depois de dois anos de luta contra uma doença que me tirou a alegria de viver, renasci. Sim, esse é, literalmente, o termo. A Sílvia alegre e apaixonada pela vida voltou. Mais descontraída, mais viva. Estive sempre disponível para os meus irmãos que, neste momento da minha vida, foram tudo. Bem como muitos dos amigos que trago no coração hoje. Passei muitas fases na longa recuperação, mas passava por tudo de novo se soubesse que ia estar aqui, hoje, rodeada de quem mais gosto, e de quem me faz feliz. Sou uma pessoa abençoada por Deus, se me permitem a referência. Tenho dois pais que me amam e que se amam, dois irmãos que fariam tudo por mim como eu faço por eles. Uma família como poucas, diria eu, apesar das distâncias. Contra ventos e marés, o nosso amor vence tudo. Em cada momento mais assumido e mais presente. E tenho os melhores amigos. </div><div align="justify"><br />Hoje, sou uma pessoa realizada. Trabalho em publicidade, uma área de que gosto,apesar de não estar a desempenhar funções para as quais estudei. Estudo, coisa que, como muitos sabem, adoro fazer. Mais. Estudo História, uma paixão. Até onde me vai levar, não sei. Ao contrário da primeira viagem, esta marinheira não se preocupa muito com o próximo porto de paragem. A viagem apresenta infinitas possibilidades para me preocupar com a hora de chegada. Gostava de vir a dar aulas. Pela importância que a educação tem na formação das crianças. Pela possibilidade de fazer crianças felizes. Mas de momento, vibro com cada coisa que aprendo. Quase me torno chata ao falar disso. Quase... </div><div align="justify"><br />E pronto. A minha história dos últimos 30 anos, está aqui contada, em traços gerais.Sou isto que aqui leêm. Orgulhosa, fria, dura, sofrida, por vezes cruel. Mas também amiga, dedicada, sensível, romântica, meiga. Muitas vezes frágil. Nunca arrependida. Sobretudo, apaixonada. Das mais diversas formas. Pela vida. Por vocês. Por ti.Venham mais 30!!!</div><div align="justify"> </div><div align="justify">12/05/2008</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Porque precisei de o reler para me lembrar que sou uma privilegiada...</span></div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2592947375581021984.post-44074627071425261902008-10-28T02:44:00.000-07:002008-10-28T02:47:23.775-07:00Espelho Meu<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Olho-te no espelho e não te reconheço. Quem és tu? O que queres de mim? Porque me dizes o que devo ou não fazer, como devo ou não estar? Quero ficar aqui, quieta, esquecida… Baixar os braços, encolher-me neste cantinho e deixar-me ficar afastada de qualquer exigência.<br /><br />Não me peças para empurrar mais um metro… Não me digas que esperavas mais de mim… Não me obrigues a continuar de cabeça erguida e ignorar aquilo que aqui vai dentro… Nâo vês que já não consigo? Não vês que não quero conseguir? O que queria mesmo era que me dissesses que já não preciso continuar a ser forte… Queria que me sorrisses com aquele sorriso doce que tens e me dissesses que já não estou sozinha. Aí sim, tenho a certeza que o meu respirar seria mais leve e a energia voltaria a jorrar pelo meu sangue. Tudo porque o que fizesse daí para a frente seria partilhado. Tudo porque tudo passaria a fazer sentido num universo criado para o nós, não para o eu.<br /><br />Mas tu não sorris. Tens esse rosto fechado, tenso, endurecido. Esse olhar implacável e determinado a levantar-me, a empurrar-me, a obrigar-me a reagir. És cruel! Não te cansas de me ignorar? Não te cansas de nunca desistir? Não te cansas de me fazer seguir por onde achas que devo ir, mesmo que não o queira fazer sozinha? Eu sei que se estou viva, é a ti que o devo. Eu sei que se sou forte, foste tu que me fizeste forte. Eu sei que metade do que tenho e do que sou, to devo a ti. E agradeço-te por isso. Mas não te esqueças que não estás sozinha aqui. Se estás aí, nesse lado do espelho, é porque eu estou aqui, deste lado.<br /><br />Anda. Solta essa lágrima que teimas em prender… Tira essa máscara que teimar em usar… Só um bocadinho… E deixa-nos voltar a ser só um “eu” por um momento. Prometo que depois volto a empurrar contigo…</span></div>Sissahttp://www.blogger.com/profile/01011205086080634166noreply@blogger.com4