segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Procuro-te

Onde estás?
Vejo o tempo escapar-se por entre os dedos. Tempo vazio, tempo sem ti. Não é sempre. Mas quando páro e abro as mãos à minha frente, vejo o tempo a fugir sem me mostrar onde estás. Se ao menos ele me dissesse que a seu tempo te mostraria... Não estaria tão ansiosa por saber onde estás. É a incerteza que me vai corroendo. A incerteza de não saber se te vou ver, se te vou encontrar.
Procuro-te. Não é do conhecimento geral, mas também não é segredo. Não estou desesperada mas também não tenho todo o tempo do mundo. Não que ache que poderá chegar o momento em que será tarde demais. Não. As coisas acontecem quando têm de acontecer. Nem antes nem depois. Mas quero aquilo que podes ser para mim e em mim. Conheço-te. Sei como és e o que fazes. E isso faz-me desejar encontrar-te finalmente. Pendurar as luvas, deixar os jogos e as disputas de duplos, intensos, mas efémeros sentidos, e ficar em paz contigo. E ter aquela sensação de pertença que nos dá outro sentido, que nos mostra toda uma outra dimensão.
Sim, sei jogar. Sei brincar com as palavras e com os sentimentos. Aprendi muito sobre o ser humano assim. Sobre homens e mulheres. Mas tu sempre foste o objectivo. O meu objectivo. Porque percebi que no meio do jogo das insinuações e das verdades não ditas, no meio do faz de conta que pode, ou não, ser de conta, por trás das mentiras explícitas e implícitas e das verdades camufladas em mentiras, todos procuramos o mesmo: o teu arrebatamento, o teu sentido. O jogo é temporário. Apenas preenche o espaço vazio guardado para ti. Mas esfuma-se porque não és tu. E este espaço é feito à tua medida.
Onde estás tu?
Procuro-te...
Procuro-te e não te encontro.

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